segunda-feira, 11 de julho de 2011

Concepção de Educação Ambiental

Alguns autores têm discutido a necessidade da expressão Educação Ambiental, uma vez que toda educação, a prioridade, seria ambiental. No entanto, acreditamos que o termo identifica uma área historicamente constituída e que vem acumulando produções teóricas e práticas. Neste sentido, concordamos com Carvalho (2002) que o atributo “ambiental” constitui um traço identitário da Educação Ambiental, marcando sua origem num contexto histórico determinado: os movimentos sociais ambientais e seu horizonte de crítica contra cultural.

Com suas raízes no movimento ambientalista, que pauta suas ações em diferentes concepções, essa diversificação também chegou aos fazeres educacionais relacionados à questão. Atualmente a categorização das diversas correntes e práticas de educação ambiental tem sido proposta por vários autores. De uma forma bastante abrangente, percebemos que essas categorizações geralmente partem de uma concepção mais ligada aos aspectos naturais, até chegar a uma concepção relacionada a uma visão mais integrada do meio ambiente, incluindo questões culturais, sociais, históricas, políticas, entre outras.

Essa investigação utilizou a demarcação em três categorias: Educação

Ambiental Conservadora; Educação Ambiental Pragmática e Educação Ambiental Crítica. A categoria da Educação Ambiental Conservadora se pauta em concepções que remontam da origem das práticas ambientalistas no contexto internacional que, de acordo com Pelicioni (2005) partem de um ideário romântico, inspirador do movimento preservacionista do final do século XIX. Esta perspectiva está presente em muitos cursos e materiais de Educação Ambiental. Sua característica principal é a ênfase na proteção ao mundo natural. Também aparecem características que propõem a volta às condições primitivas de vida. São apresentados os problemas ambientais mais aparentes, desprezando-se as causas mais profundas.

Ocorre uma relação dicotômica entre o ser humano e o ambiente, onde o primeiro é apresentado como destruidor. Praticamente não são abordadas questões sociais e políticas. A categoria da Educação Ambiental Pragmática apresenta o foco na ação, na busca de soluções para os problemas ambientais e na proposição de normas a serem seguidas. Essa categoria de educação ambiental pode ter suas raízes no ambientalismo pragmático e em concepções de educação tecnicista. Busca mecanismos que compatibilizem desenvolvimento econômico e manejo sustentável de recursos naturais (desenvolvimento sustentável).

A ênfase é na mudança de comportamento individual, por meio da quantidade de informações e de normas ditadas por leis e por projetos governamentais. Embora haja o discurso da cidadania e sejam apresentadas questões sociais como parte do debate ambiental, os conflitos oriundos dessa relação ainda não aparecem ou aparecem de forma consensual. A Educação Ambiental Crítica encontra suporte na perspectiva da educação crítica e no ambientalismo ideológico, descrito por Crespo (1998). É apresentada a complexidade da relação ser humano – natureza.

Apresenta a necessidade do fortalecimento da sociedade civil na busca coletiva de transformações sociais. Ao contrario da concepção pragmática, que propõe uma intervenção apenas solucionadora de determinado problema ambiental, a perspectiva da Educação Ambiental critica se apóia na práxis, onde a reflexão subsidia a ação e esta trás novos elementos para a reflexão. No contexto educacional, essa perspectiva baseia-se no pensamento crítico de Paulo Freire, entre outros autores, e propõe a constituição de “uma ação política orientada para uma profunda transformação das estruturas econômicas, políticas e sociais vigentes, bem como uma ação orientada para transformações na subjetividade e nas relações humanas” (PELICIONI, 2005).

Loureiro (2006) ressalta que “as proposições críticas admitem que o conhecimento seja uma construção social, historicamente datada, não neutra, que atende a diferentes fins em cada sociedade, reproduzindo e produzindo relações sociais...”. No nosso entendimento, uma educação ambiental que não esteja atrelada a essa perspectiva de conhecimento não pode atingir plenamente seu objetivo transformador. Na proposta de uma Educação Ambiental crítica, a preocupação com as dimensões éticas e políticas são essenciais. A mudança de comportamentos individuais é substituída pela construção de uma cultura cidadã e na formação de atitudes ecológicas, que supõe a formação de um sentido de responsabilidade ética e social (CARVALHO, I., 2004).

É importante ressaltar, também, que a problemática ambiental não pode ser compreendida de forma crítica sem a integração de campos diversos do saber. Em síntese, partindo da perspectiva interdisciplinar, seja na produção de conhecimento e/ou no processo de ensino-aprendizagem, transitando entre saberes científicos, populares e tradicionais, a Educação Ambienta Crítica busca mecanismos para que o indivíduo e a coletividade assumam uma postura reflexiva frente à problemática ambiental e busquem elementos para a consolidação de uma sociedade sustentável.

A importância da Educação Ambiental.

Os problemas enfrentados pelos programas de apoio, nas questões ambientais, parecem ondas sucessivas e para conseguirem o efeito desejado, na construção de uma sociedade critica e sensibilizada, envolvem uma articulação coordenada entre todos os tipos de intervenções ambientais. Assim como as medidas políticas, jurídicas, institucionais e econômicas voltadas à proteção, recuperação e melhoria sócio-ambiental, desperta também as atividades no âmbito educativo. Problemas como esse vem confirmar a hipótese da possibilidade de sérios riscos em manter um elevado ritmo de ocupação com invasão e destruição da natureza sem conhecimento implicações para a vida no planeta.

            Em julho de 1972, a Conferencia das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (CNUAH), conferencia de Estocolmo, elevou o programa da ONU para o Meio Ambiente e a UNESCO a criarem, em 1975, o programa internacional de Educação ambiental – PIEA, e em 1977 foi realizado a primeira conferencia intergovernamental sobre Educação Ambiental, nesta ocasião foram definidas as bases (finalidades, objetivos, princípios, orientadores e estratégias), para o desenvolvimento da Educação Ambiental.

            No tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e responsabilidade global em caráter não oficial, celebrado por diversas Organizações Não Governamentais (ONG’s), na conferencia Rio 92, as mesmas reconheceram a educação como:


Processo dinâmico em permanente construção. Deve, portanto, fomentar a reflexão, o debate e a sua própria modificação. Reconhece, ainda, que a “Educação Ambiental para uma sustentabilidade eqüitativa é um processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida. (Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global).
 

Assim o sistema jurídico criou o direito ambiental, sistema tecnológico, econômico, político e educativo, pois cada um deles tem sua função. Resta esses sistemas sociais, o desenvolvimento de funções de acordo com as atribuições especificas de cada uma, ou seja, o sistemas tecnológico oferece eco-eficiencia; o econômico, uma economia ecológica, o político uma política verde e o educativo uma educação Ambiental.

Neste contexto onde atuam os sistemas sociais na perspectiva da melhoria ambiental, a educação passa a assumir um lugar de destaque para construir os fundamentos dos cidadãos críticos e da sociedade sustentável, apresentando uma dupla função e essa transição societária iniciara os processos de melhoramento culturais em direção a uma ética ecológica e de melhorias sociais em relação aos indivíduos, grupos e sociedades que se encontram em confronto direto com a natureza e isso tem significado a destruição de ecossistema e degradação da qualidade de vida.

Para Mellows (1972), deveria ocorrer um desenvolvimento progressivo de um senso de preocupação com o meio ambiente, completo e sensível entendimento das relações do homem com o ambiente a sua volta. Já para Minini (2000), a Educação Ambiental deve sensibilizar as pessoas para uma compreensão critica e global do ambiente. Esclarecer valores e desenvolver atividades que lhes permitam adotar uma po0siçao consciente e participativa.

No entanto Dias (2000), acredita que Educação Ambiental seja um processo onde as pessoas aprendem como funciona o ambiente como dependemos dele, como o afetam, os e como promovemos a sua sustentabilidade.De acordo com Vasconcellos (1997), a presença em todas as praticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seu semelhante é indispensável para que a Educação Ambiental aconteça.    

Vivemos nos dias atuais uma época de acontecimentos estranhos e fatos inusitados que se manifestam em relação ao clima e ao aparecimento de grandes problemas nas áreas produtivas de alimento do planeta. Tais problemas se devem a maléfica influência do modo de vida que a humanidade escolheu para seguir, que promove uma grande pilhagem dos recursos naturais que nosso mundo tem a oferecer e, por isso mesmo, esse mesmo planeta que nos acolheu, tende a tentar “se livrar” de nossa presença como se fossemos um corpo estranho.

Deixamos o planeta fraco e doente e, através de práticas danosas, provocamos a ira da mão natureza e encontramos a encruzilhada de nossas existências. Ou mudamos a forma como exploramos os recursos naturais, e passamos a viver a sustentabilidade ou pereceremos de forma brutal e emersa em nossos próprios resíduos. Essa mudança de rumos; deverá ser traçada através da implementação de programas capazes de promover a importância da educação ambiental e a importância da adoção de práticas que visem a sustentabilidade e a diminuição de qualquer impacto que nossas atividades venham a ter no ecossistema que nos circunda e mantém.

Através de um debate amplo e profundo de nossas necessidades e um correto entendimento de que a forma como atuamos hoje, só nos levará para a destruição e o aniquilamento. Compreender que aplicando uma política que promova a importância da educação ambiental voltada principalmente para a sustentabilidade já nas escolas primárias, criaremos nas novas gerações a devida mentalidade conservacionista e será muito mais fácil implementar políticas que visem à utilização sustentável dos recursos planetários no futuro. No entanto, é necessário que além da educação ambiental ou sustentabilidade ambiental, às práticas contrárias sejam combatidas e punidas rigorosamente já nos dias de hoje.

 Unir o empresariado e convencer as grandes corporações e os produtores rurais de que essas práticas não representarão diminuição de lucro para os seus empreendimentos e sim, em muitos casos, a criação de um importante diferencial que poderá alavancar seus negócios e abrir novas oportunidades de obter uma lucratividade ainda maior do que a atual. Essa prática de convencimento, também se enquadra numa política de educação ambiental voltada para a sustentabilidade. Contudo, o público alvo será muito mais impermeável e reticente quanto à adoção dessas práticas.

Tratando-se de gestores e de grandes empresários, apenas a visão de que poderão lucrar ou reduzir custos atuais será capaz de permitir um convencimento eficiente nesse grupo de indivíduos. Da mesma forma, a aplicação de dispositivos punitivos e uma legislação que trate de forma dura e eficiente os abusos; servirá como amparo para inibir os mais insistentes e menos afetos aos novos objetivos. Muito mais que a simples causa do meio ambiente, a educação ambiental voltada para a sustentabilidade analisa um amplo espectro de fatores que leva em consideração também os indivíduos afetados pelas atividades e ameaças a comunidades sujeitas às conseqüências danosas das práticas predatórias. Assim deve-se também ter em mente que a educação ambiental voltada para a sustentabilidade tem que prever a redução da vulnerabilidade dessas pessoas.

A Educação Ambiental no Passado

            Mucellin (2009) menciona que a agricultura acarretou um grande impacto sobre a natureza, devido a derrubas das florestas. A partir daí o homem passou a notar a ausência das espécies da fauna e flora, descobriu ainda que com as grandes queimadas estava-se poluindo o ar e o excesso de agrotóxicos estava contaminando o solo

            Os problemas ambientais caracterizavam a irracionalidade da economia, no momento os respectivos problemas ambientais no Brasil, se davam por conta das dimensões e diversidade do país e da falta de comunicação entre os educadores ambientais. Neste período ainda não havia nenhum projeto de Educação Ambiental. Só na conferencia de Ed. Ambiental da Universidade de Kule, em março de 1965 na Inglaterra, é que se ouviu pela primeira vez a expressão Ed. Ambiental, e foi ainda alertado de que deveria torna-se uma parte indispensável na educação de todos os cidadãos.

A Organização das Nações Unidas promoveu, do dia 5 a 16 de julho, na Suécia, a “conferencia sobre o Ambiente humano”. Essa conferência foi considerada um marco histórico internacional, e estabeleceu um “plano de ação mundial” sugeriu que fosse estabelecido um programa de Ed. Ambiental. A Ed. Ambiental tomou forma e passou a ser conhecida como campo de ação pedagógica.

            A invasão do homem no meio ambiente ultrapassou a questão da possível sobrevivência. Ed. Ambiental é a aprendizagem de como gerenciar e melhorar as relações entre a sociedade humana e o ambiente, de modo integrado e sustentável. Ed. Ambiental significa aprender a empregar novas técnicas, aumentar a produtividade, evitar desastres ambientais, conhecer e utilizar novas oportunidades e tomar decisões acertadas.     

Origem da Educação Ambiental

A historia da educação Ambiental iniciou-se em 1962, quando foi denunciada a ação destruidora do homem em todo o mundo, essa denuncia provocou grande discurção internacional, focando assim a ONU (Organização das Nações Unidas), a realizar uma série de eventos como conferencias e programas que visasse sensibilizar as pessoas com relação a preservação do meio ambiente, criando estratégias de como utilizar os recursos naturais, divulgando assim a importância da Educação Ambiental no despertar da consciência critica sobre as questões ambientais.       


A historia da ação humana sobre a superfície da terra pode ser vista como sendo a historia da criação de um cada vez mais complexo meio ambiente, como uma rica variedade de formas espaciais articuladas entre si, e no qual a natureza primitiva parece estar ausente, dado que na produção do ambiente matérias-primas industrialmente produzidas são crescentemente utilizadas. (CORRÊA. 1997, p. 153).


            Segundo a jornalista Rachel Carson no Brasil a Educação Ambiental foi muito abordada durante a conferência da ONU que tinha como tema central Meio Ambiente e Desenvolvimento, essa citada conferencia teve com cedo o Rio de Janeiro em 19992. Nela visaram definir compromissos globais nas questões sócias e ambientais, esperando que sejam implantadas ações pelos governos e sociedade civil, que venha salientar os grandes problemas da natureza, causando pelo uso excessivo do homem.

             A partir destas ações, a educação ambiental passa a ter mais importância no âmbito social, cultural, econômico e político, e em 27 de abril de 1999 foi instituída a política Nacional de Educação Ambiental, sobre a lei nº. 9.795, que tem o primeiro capitulo do art. 1º a educação ambiental como base indispensável na educação nacional.

             Por ser tão complexa e desafiadora do exercício da cidadania, a Educação Ambiental foi e vai continuar sendo ameaçada e boicotada. Um programa organizado de Educação Ambiental deve analisar os diversos elementos que fazem parte do ambiente e avaliar como utilizar racionalmente seus recursos.

  Se observarmos o tradicional conceito de riqueza, veremos que esta ligada ao acumulo de bens e coisas materiais. Quase nunca pensamos em recursos como água, ar e na biodiversidade da natureza, sobre tudo é a atividade econômica que formam a riqueza das nações. É preocupante, no entanto, a forma como os recursos naturais e culturais brasileiros vêm sendo tratados. Poucos produtores conhecem ou dão valor a esse conhecimento do ambiente em que atuam. Muitas vezes, para utilizar um recurso natural, perde-se outro de maior valor, como tem sido o caso da formação de pastos em certas áreas da Amazonas.

Em conseqüência, a extração de bens traz lucros somente para um pequeno grupo de pessoas, que muitas vezes não são habitantes da região e levam a riqueza para longe e ate para fora do país. A falta de articulação entre ações sistemáticas de fiscalização e implantação de programas específicos que caracterizariam uma política ambiental adequada, além da falta de valorização e devastação que agride a natureza custará caro à saúde da população e aos cofres públicos. Empresas e famílias sendo assim tornam-se incoerente e não valorizam os recursos.


Educação Ambiental é “um processo voltado para a apreciação da questão ambiental sob sua perspectiva histórica, antropológica, econômica, social, cultural e ecológica, enfim, como educação política, na medida em que são decisões políticas todas as que, em qualquer nível, dão lugar as ações que afetam o meio ambiente. (OLIVEIRA, 2000, p. 30).


            A educação para o ambiente explica a nova visa de valores, alertando a população para o que é necessário na busca de uma qualidade de vida digna. Através da mudança de atitude de cada pessoa, a Educação Ambiental esta presente e as pessoas estão participando do processo educativo quando estão colaborando: com a coleta de lixo, denuncia crimes ambientais, preservam o ambiente. Não podemos esquecer que o conhecimento de valores sociais integrando natureza e sociedade, o respeito ao próximo ou quando estamos lutando por uma coisa social estamos contribuindo com a saúde dom meio ambiente, para que ainda seja utilizado pelas futuras gerações.
Por ser tão complexa e desafiadora do exercício da cidadania, a Educação Ambiental foi e vai continuar sendo ameaçada e boicotada. Um programa organizado de Educação Ambiental deve analisar os diversos elementos que fazem parte do ambiente e avaliar como utilizar racionalmente seus recursos.

Se observarmos o tradicional conceito de riqueza, veremos que esta ligada ao acumulo de bens e coisas materiais. Quase nunca pensamos em recursos como água, ar e na biodiversidade da natureza, sobre tudo é a atividade econômica que formam a riqueza das nações. É preocupante, no entanto, a forma como os recursos naturais e culturais brasileiros vêm sendo tratados.

Esta pesquisa teve como objetivo analisar as práticas utilizadas em relação a Ed. Ambiental na escola, identificar o nível de responsabilidade dos alunos, assim como avaliar o projeto realizado. Para tal investigação levantou-se o problema: Que práticas pedagógicas devem ser utilizadas em relação a educação ambiental no 3º ano do ensino fundamental?
O fundamento da Educação Ambiental se da na construção de um espaço de direito, que deve promover condições de igualdade, garantir estrutura material para um trabalho de qualidade, criar um ambiente de trabalho coletivo que vise à superação de um sistema educacional seletivo e ao mesmo tempo, que possibilite a inter-relação desse sistema com o modo de organização da sociedade, com organização política educacional, com a definição de papeis, com as teorias de conhecimentos.
Historicamente a humanidade, como um todo, não tem cuidado bem do planeta, nem dos seres que nele vivem. De acordo com Dias (1996), há uns cinco milhões de anos os primeiros seres humanos que habitaram o planeta enfrentaram inúmeras dificuldades, pois “a natureza era mais poderosa que os homens”, e afetava mais do que era afetada por eles.